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#paracegover - capa de cor azul com logo Brasil de Tuhu aplicada centralizada no topo da página acompanhada de linhas entrelaçadas que indicam a emissão das ondas sonoras. No meio da página o título: Guia Didático – Brincando de Música Volume 02. No rodapé da página ondas sonoras em diferentes cores: amarela, azul, verde, laranja e branca.
APRESENTAÇÃO
Brasil de Tuhu
Em 2009, a Baluarte Cultura e o Quarteto Radamés Gnattali começaram uma jornada pelo Brasil com o programa “Brasil de Tuhu”, que tem como missão a ampliação da educação musical no país.
“Tuhu” era o apelido de Heitor Villa-Lobos quando criança, uma palavra que fazia alusão a seu fascínio pelo som das locomotivas. O compositor teve contato com a música desde cedo e isso não apenas desenvolveu seu talento como também fez dele um entusiasta da educação musical. O programa “Brasil de Tuhu” é baseado no “Guia Prático”, uma coleção de cantigas populares que foram rearranjadas por Villa-Lobos na década de 1930 exatamente para incentivar a descoberta da música pelas novas gerações.
Nosso programa conta com diversas ferramentas: Concertos Didáticos em escolas, Vivências Musicais para educadores, Mapeamento de iniciativas de educação musical, Videoaulas, Revista Tuhu, aplicativo Tuhu Musical, podcasts temáticos da Rádio Tuhu e o Guia Didático Brincando de Música - Volume 1. Lançamos também um CD do Quarteto Radamés Gnattali com participações especiais de Elba Ramalho, Zeca Pagodinho e outros grandes artistas. Esses são diferentes recursos para atividades de musicalização que têm contribuído com o trabalho de educadores Brasil afora e com a formação dos ouvintes e de músicos do futuro.
Conheça mais sobre o programa no site www.brasildetuhu.com.br
INTRODUÇÃO
Brincando de Música II
Este é o segundo volume do nosso Guia Didático, que vai mais fundo em aspectos da música abordados na primeira edição. Para que você aproveite este material ao máximo, conheça primeiro o Guia I, disponível em nosso site para download gratuito: www.brasildetuhu.com.br/guia-musical/
O conteúdo deste Guia está dividido em capítulos que apresentam de que forma o Ritmo, a Melodia e a Harmonia se articulam na música. Neles, você vai encontrar explicações de cada conceito e também exercícios para a turma experimentálos na prática. Além disso, ele traz dicas de como usar materiais do cotidiano para criar instrumentos, que podem auxiliar no aprendizado e torná-lo ainda mais divertido.
Ao fim do material, apresentamos o “Mapa do Tesouro”, ideias de como explorar as canções do CD “Brasil de Tuhu Vol. I” (www.brasildetuhu.com.br/cd/) com brincadeiras que desenvolvem a percepção musical das crianças. Na página 25, indicamos adaptações que podem ser feitas nos exercícios para que crianças com deficiência também participem. No aplicativo Tuhu Musical (www.brasildetuhu.com.br/tuhu-musical/), há ainda uma série de jogos que complementam o que você encontrará neste Guia.
O convite está feito. Agora é hora de brincar,aprender e descobrir o mundo da música!Vamos começar?
CAPÍTULO 1 | BRINCANDO DE RITMO
O coração da música
Nossos corpos têm jeitos diferentes: cada pessoa leva um tempo para acordar de manhã, para digerir uma refeição ou para correr uma maratona. Somos mais ágeis para algumas coisas e mais lentos para outras. Mas já pensou se não houvesse um padrão no uso do tempo? Poderíamos levar horas para sair da cama todo dia ou então querer jantar logo depois do almoço!
Criamos hábitos e regras na maneira como o tempo é usado e isso nos ajuda a manter a sintonia com as outras pessoas. Na música, essa organização do tempo se chama ritmo e define todo\o movimento e a direção dos sons. Vamos descobrir mais sobre o tempo da música?
Em nosso primeiro Guia, falamos que o ritmo é como o coração, que distribui sangue por todo o corpo e faz tudo funcionar de forma conjunta, ao mesmo tempo. Se estamos em perigo, o coração acelera e nossa respiração fica mais rápida. Na hora de dormir, ele vai batendo mais lentamente para que nossos músculos descansem.
Agora pense em uma orquestra que funciona de forma parecida com o nosso corpo: para a música ser tocada, é importante que todos os instrumentos estejam no mesmo pulso. É isso que chamamos de TEMPO JUSTO, o padrão do tempo para quem está tocando uma música, não importa quantas pessoas forem.
Na hora de tocar ou cantar uma música, todos devem sentir esse tempo comum, como o pulsar de um coração. Nas orquestras, o PULSO é mantido pelo maestro e assim os músicos podem segui-lo, fazendo a música soar em um mesmo ritmo, ainda que sejam usados instrumentos diferentes.
Chegou a hora de ver como o PULSO influencia o RITMO. Que tal construirmos um reco-reco feito de canetas para entender melhor essa relação? Você pode encontrar as instruções para fazer seu próprio reco-reco no final deste capítulo.
Hora de ensaio!
1. Seguindo passos
Para essa atividade, precisamos de um espaço aberto para nos movimentarmos: pode ser a própria sala de aula com as carteiras afastadas ou então o pátio da escola. Vamos caminhar livremente por esse espaço, cada um no seu ritmo. Aos poucos, naturalmente, vamos nos conectando com quem está ao nosso lado, com quem vai na frente e atrás de nós, e passamos a seguir o mesmo passo. Sem interromper esse movimento, podemos propor novas ações quando o grupo estiver caminhando no mesmo ritmo:
2. Passe o pulso adiante
#paracegover - ilustração de cinco mãos batendo palmas na sequência.
Para começar, vamos ouvir a canção “Você Diz que Sabe Tudo”, do CD “Brasil de Tuhu”, e aprender o refrão, cantado no final. Em seguida, cada um escolherá um lugar para ficar, de pé, dentro da sala. Então, definimos a melhor maneira de marcar o pulso do refrão: pode ser com palmas, usando os pés ou cantando. Todos estarão parados como estátuas e só poderá se mover quem escolhermos para passar o pulso, “o coração” da música. Faremos isso colocando a mão sobre o ombro de uma das crianças e sugerindo o gesto: “Palmas!”, por exemplo. Quem receber o pulso deverá reproduzi-lo batendo palmas e estará livre para deslocar-se pela sala e escolher outro colega para passar o pulso, e assim por diante, até que todos possam se mover. Essa brincadeira também pode ser feita com instrumentos, que devem soar como uma pulsação quando forem tocados.
3. Descobrindo o pulso
Vamos ouvir algumas músicas com atenção e procurar identificar o “coração batendo” em cada uma delas. Podemos marcar a pulsação através das palmas, por exemplo. Sugerimos duas canções do CD “Brasil de Tuhu” para essa brincadeira: “Atché!” e “Você Diz que Sabe Tudo”.
Onde o pulso mora
Já entendemos um pouco sobre o PULSO, o coração da música. Mas lembra que falamos também que o coração bate diferente, de acordo com a situação e as nossas emoções? Em uma música, o PULSO varia para criar partes com mais destaque do que outras, formando intensidades que transmitem as ideias do compositor.
Chegamos assim ao conceito de COMPASSO, que é o que organiza as diferentes pulsações dentro de uma mesma música. Para entender como isso funciona, pense em uma vila, com casas de tamanhos diferentes: algumas de dois quartos, outras de três, outras de quatro. Agora imagine uma família de 4 pessoas morando em uma casa de 2 quartos e outra família também de 4 pessoas vivendo em uma casa de 4 quartos. Se todos esses moradores têm um coração pulsando, dá para considerar que na casa de 2 quartos o tum-tum-tum-tum vai ser mais forte do que na casa de 4, certo? Como o espaço é pequeno, os moradores estarão mais juntos e, por isso, seus pulsos soarão mais fortes do que na casa maior.
Essas casas de 2, 3 ou 4 quartos são os COMPASSOS e, lá dentro delas, existem pulsações mais fortes ou mais fracas. Na música, as diferenças no pulso são chamadas de TEMPOS HIERÁRQUICOS e isso indica a intensidade de cada parte e a cadência com que a música deve ser tocada: 2/4, 3/4 ou 4/4.
#paracegover - ilustração de clave de sol com marcações de dois quartos, três quartos e quatro quartos.
Um exercício pode ajudar a entender melhor essas casas onde moram os pulsos! Vamos lá?
Hora de ensaio!
4. Mais forte, mais fraco!
As figuras abaixo mostram diferentes tipos de compasso, com a palma indicando o som mais forte. Seguindo cada um dos compassos, vamos bater as mãos e os pés nas pulsações mais fortes e apenas os pés nas pulsações mais fracas. Para ficar mais divertido, vamos aumentando a velocidade a cada sequência de compassos. Também podemos usar instrumentos em vez de palmas para marcar a pulsação mais forte.
HORA DE ENSAIO!
#paracegover - ilustração com indicação de número de palmas e bater dos pés. No primeiro quadro, há o número quatro e mãos batendo palmas acima da linha horizontal que divide o quadro ao meio e abaixo, o número quatro e a sequência de quatro pés batendo contra o chão. No quadro do meio, há o número três e mãos batendo palmas acima da linha, e o número quatro e sequência de três pés batendo contra o chão. No último quadro, há o número dois e mãos batendo palmas acima da linha, e abaixo o número quatro com a sequência de dois pés batendo contra o chão.
5. Pulso e compasso de uma vez
Vamos fazer uma roda para ouvir e acompanhar na partitura a música “Xô! Passarinho” ou “Pombinha Rolinha”, do nosso CD. Procure reconhecer o “coração” da música e como suas diferentes pulsações se agrupam em compassos. Vamos agora reproduzi-las usando nosso corpo como se fosse um instrumento de percussão, a começar pelo professor, que será nosso maestro. Em seguida, ele vai escolher uma das crianças, que deverá utilizar outra maneira de marcar o ritmo –usando, por exemplo, a barriga, os pés ou a boca.
Ao longo da música, cada criança escolherá um colega, que será um novo maestro ou maestrina comandando a brincadeira. O professor pode retomar a regência e usar, por exemplo, palmas para marcar o primeiro compasso da música e os pés para marcar o compasso seguinte. Deve-se mudar sempre a maneira de percutir a cada compasso e passar o comando da brincadeira em seguida.
O importante nessa brincadeira é perceber que existe uma regularidade nos compassos. Assim como nas vilas, as casas se situam uma ao lado da outra, mas dentro delas existem mais ou menos corações batendo. É uma forma divertida de explorar a criatividade das crianças e também o seu sentido de PULSO e COMPASSO.
Os nomes dos pulsos
Pronto! Já somos capazes de reconhecer PULSOS e COMPASSOS. Será então que podemos perceber o ritmo de tudo o que nos cerca?
Se usarmos as sílabas do nosso nome, podemos aprender a desenhar as figuras rítmicas que organizam o pulso de uma melodia. Vamos tentar? Imagine um nome com uma única sílaba, como Téo. Numa partitura, esse nome seria representado por uma SEMÍNIMA, que indica um só pulso. Mas se o seu nome tiver duas sílabas, como Car-la ou Pe-dro, a sua figura já vai ser outra: duas COLCHEIAS. Agora, se o seu nome é grande e tem quatro sílabas, como I-sa-be-la ou A-le-xan-dre, você seria representado por quatro SEMICOLCHEIAS. É assim que representamos as notas rítmicas e cada uma dessas figuras pode ser dividida em duas novas, como no desenho a seguir.
Agora vamos supor que seu nome tenha só uma sílaba, como Rui ou Mel. Sua figura, como já vimos, seria a SEMÍNIMA. Mas se você quiser que ele dure mais do que apenas um pulso, tudo bem! Nós podemos estender o som e fazer com que ele soe com duas pulsações (MÍNIMA) ou quatro (SEMIBREVE). Quando a música intercala sons curtos e longos, ela fica cheia de ritmo e muito mais rica!
#paracegover - ilustração de partitura exemplificando a posição semibreve, mínima, semimínima, colcheia e semicolcheia.
Hora de ensaio!
6. Tricotando nomes
Que tal agora cantarmos nosso nome seguindo o ritmo? O professor pode começar marcando o pulso com palmas ou usando o corpo como percussão. Em cima desse pulso, ele canta seu nome várias vezes, fazendo com que a turma perceba o ritmo. As crianças podem cantar junto e assim vão entrando na brincadeira. Então, ao nome do professor, vamos acrescentando os nomes dos alunos, um de cada vez, voltando sempre ao início quando mais um nome entra na roda e mantendo a mesma pulsação.
Além dos elementos musicais, esse jogo trabalha a memória e a concentração, reforçando a percepção do pulso e as figuras rítmicas presentes nos nomes das crianças: SEMÍNIMA, COLCHEIA, SEMICOLCHEIA, MÍNIMA e SEMIBREVE. Essa brincadeira também pode ser usada para a melodia, cantando-se os nomes, seguindo a melodia inicialmente marcada pelo professor.
#paracegover - ilustação de semimínima, colcheia, semicolcheia, mínima e semibreve.
7. Encontrando o ritmo nas imagens
Para essa atividade, serão necessários cartões com palavras monossilábicas, dissilábicas e assim por diante, acompanhadas de suas imagens, como no exemplo da página seguinte.
Você sabia que nessas palavras se escondem figuras musicais? Sim, tem música e ritmo onde você menos imagina!
Agora vamos dizer cada uma dessas palavras, batendo palmas (ou percutindo sobre o corpo ou com um instrumento) ao mesmo tempo, sempre sentindo a pulsação.
8. Lendo os ritmos
Aproveite as figuras usadas no exercício anterior e monte sequências rítmicas, cantando o nome das figuras junto com as crianças, marcando o ritmo com palmas ou alguma outra forma de percussão.
9. Tudo junto e misturado
Vamos dividir a turma em 3 grupos para trabalhar os 3 conceitos que aprendemos neste capítulo: PULSO, COMPASSO e FIGURAS RÍTMICAS. O primeiro grupo fará só a pulsação, o segundo tocará apenas no tempo forte do compasso e o terceiro grupo fará a leitura rítmica a partir dos desenhos escolhidos.
As crianças podem desenhar suas próprias sequências rítmicas, colocar cores diferentes nelas ou recortar imagens para montá-las usando revistas recicladas, para depois cantá-las e tocá-las com algum instrumento.
Quando a turma já tiver facilidade para reconhecer e cantar de forma rítmica as sílabas dos nomes das figuras, podemos retirar os desenhos e substituí-los por figuras de semínimas, colcheias e semicolcheias.
Hora de ensaio!
#paracegover - ilustração de sol com a palavra SOL seguida de semimínima. Abaixo, ilustração de uma flor com a palavra FLOR seguida da semimínima. Seguida de ilustração de mar a palavra MAR e a semimínima. Por fim, há ilustração do número dez com a palavra DEZ seguida de semimínima.
Hora de ensaio!
#paracegover - ilustração de pato com a palavra PA TO seguida de colcheia. Abaixo, ilustração de um gato com a palavra GA TO seguida da colcheia. Seguida de ilustração de peixe e a palavra PEI XE e a colcheia. Por fim, há ilustração de um urso com a palavra UR SO seguida de colcheia.
Hora de ensaio!
#paracegover - ilustração de menina com fone nos ouvidos com a palavra MÚ SI CA seguida de colcheia. Abaixo, ilustração de um pássaro com a palavra PÁS SA RO seguida da colcheia. Por fim, há ilustração de uma lâmpada com a palavra L M PA DA seguida de colcheia.
Hora de ensaio!
#paracegover - ilustração de uma borboleta com a palavra BOR BO LE TA seguida de semicolcheia. Abaixo, ilustração de uma barra de chocolate com a palavra CHO CO LA TE seguida da semicolcheia. Por fim, há ilustração de um cavalo de madeira com a palavra CA VA LI NHO seguida de semicolcheia.
Faça você mesmo!
Para poder brincar de ritmo de um jeito ainda mais divertido, vamos montar um reco-reco? Podemos fabricar esse instrumento usando canetas coloridas que estejam sem tinta e já não funcionem mais. Cole uma fileira dessas canetas em uma pequena tábua de madeira ou em um pedaço de eucatex, que é um material leve e pode ser recortado em qualquer formato. Lembre de deixar uma pequena parte da base sem canetas coladas, para poder segurar bem o instrumento. Uma das canetas pode ser usada como baqueta para tocar o reco-reco. Sinta só o som forte que ele tem!
#paracegover - ilustração dos materiais necessários para a confecção do reco-reco, sendo lápis colorido, tábua de madeira e cola, seguida de imagem ilustrando o instrumento montado.
O que aprendemos?
Vimos neste capítulo uma porção de ideias sobre ritmo. Ao final, esperamos que quem participou das atividades possa:
Um jeito diferente de contar histórias
Quando abrimos um livro, vemos uma porção de letras que, combinadas, formam palavras e sentidos diferentes. As palavras “amor” e “Roma”, por exemplo, são compostas pelas mesmas letras, mas nos levam a pensar em um sentimento ou em uma cidade.
As notas musicais que aparecem em uma partitura representam sons que também se combinam para criar ideias e histórias, chamadas de melodia. Mas o sentido de uma melodia não depende apenas de como agrupamos as notas no papel: toda história musical é contada também por meio de alturas, timbres, durações e intensidades que fazem com que cada som cumpra um papel especial. Vamos conhecer um pouco mais sobre isso neste capítulo.
No nosso primeiro Guia, falamos da ALTURA dos sons, como se eles estivessem dentro de uma casa muito grande e subissem e descessem por um elevador. Vimos que os sons, às vezes, são baixos e graves e, noutras vezes, ficam muito altos, como se estivessem lá perto do teto. Você se lembra?
Vamos agora tocar a campainha dessa casa para olhar mais de perto esses sons: como será que eles andam? Como se vestem? Que vozes têm? Como se combinam?
Na composição de uma música, algumas notas podem soar curtas como o apito de um trem e outras podem ser longas, como o mugido de uma vaca! O tempo que uma nota leva para ser tocada, de acordo com o que está indicado na partitura, recebe o nome de DURAÇÃO.
Os instrumentos que produzem os sons possuem outra característica importante. Assim como nós, eles têm uma voz própria, que faz com que sejam diferentes entre si. É como quando ouvimos alguém chamar nosso nome lá longe e não podemos ver quem é, mas sabemos que é nossa mãe, um amigo da escola, um vizinho. A voz faz com que cada pessoa seja reconhecida entre as outras. Na música, chamamos essa qualidade dos instrumentos de TIMBRE.
#paracegover - ilustração de casa com dois andares com escritório, banheiro, quarto e salas com móveis, paredes e quadros com notas musicais.
BRINCANDO DE MELODIA
Pense agora em como você fala quando está contando um segredo ou jogando bola com seus amigos. O volume da sua voz é o mesmo? Parece que não, certo? Ao contar um segredo, nossas palavras soam muito suaves. Já quando vamos passar a bola, chamamos a quem vai recebê-la com uma voz bem forte.
Em uma partitura musical, além da altura de cada nota e do tempo que vai durar, reconhecemos também se será tocada ou cantada com uma sonoridade forte (f=forte) ou suave (p=piano=suave). Essa diferença na forma de produzir o som se chama INTENSIDADE e a combinação de intensidades distintas ganha o nome de DINÂMICA.
Ao criar uma melodia, o compositor pode querer que o som comece suave e vá se tornando mais forte. Ou, ao contrário, que um som forte vá diminuindo sua intensidade, até quase sumir. Para isso ficar claro para quem está tocando a música, a mudança deve ser indicada nas linhas da partitura, dessa forma:
#paracegover - ilustração de p (piano) sinal de crescendo f (forte) sinal de diminuendo e novamente p (piano).
Veja só quantas características aprendemos e como elas influenciam a música! Vamos, por exemplo, pensar na nota “Fá”. Ela sempre será um “Fá”, mas pode soar longa como uma semibreve ou curta como uma semicolcheia . Essa é uma diferença de DURAÇÃO. O mesmo “Fá” soa de um jeito próprio se for interpretado por uma flauta, um trombone ou pelo canto de uma criança. Ou seja, o som depende também do TIMBRE de uma voz ou de um instrumento. Mas nosso “Fá” pode ainda ser tocado com uma sonoridade forte (f) ou suave (p) e aí já estamos falando de outra coisa: INTENSIDADE.
#paracegover - quadro dividido em duas partes. Na primeira linha do quadro a esquerda temos: ppp de pianississimo, na linha dois pp de pianíssimo, na linha três p de piano, na quarta linha mp de mezzopiano, na linha cinco mf mezzoforte e na última linha f de forte. Na segunda parte do quadro temos na linha um ff de fortíssimo, na linha dois fff de fortississimo, na linha três sfz de sforzando (esta marca, colocada abaixo de uma nota na partitura, denota um aumento subido de intensidade ao longo de uma única nota), na linha quatro o sinal de crescendo (um crescimento gradual do volume, essa marca pode ser estendida ao longo de muitas notas, sob a pauta para indicar que o volume cresce gradualmente ao longo da frase musical) e na última linha o sinal de diminuendo (uma diminuição gradual do volume, essa marca colocada sob a pauta, pode ser estendida por várias notas como o crescendo).
Que tal reunirmos o que vimos aqui com os aspectos do ritmo que aprendemos no primeiro capítulo? Vamos reconhecer todas essas características em uma partitura musical? Combinando essas qualidades dos sons, vamos poder brincar e até criar nossas próprias melodias. Para praticar o que aprendemos, podemos montar nossa harmônica, um instrumento simples, mas com um som bem bonito! Veja no fim do capítulo as instruções para fazer a sua.
#paracegover - ilustração de clave de Sol seguida de clave de Fá.
Hora de ensaio!
#paracegover - partitura dividia em três partes. Na segunda linha da parte um há a ilustração de duas crianças, na quarta linha da parte dois há a ilustração de uma mulher, por fim, abaixo da última linha na terceira parte há a ilustração de um homem.
1. Roda de vozes
Vamos reconhecer os diferentes TIMBRES da turma? Sentados no chão, fazemos uma roda, ficando de costas uns para os outros. No centro da roda, o professor vai sugerir uma frase engraçada, como: “Tenho um elefante azul na cabeça!”. Ele vai tocar na cabeça de um dos alunos, que terá que dizer a mesma frase com a voz bem forte.
Em seguida, o professor vai tocar na cabeça do aluno ou aluna que terá que advinhar quem falou a frase. Se ele não acertar, o professor vai escolher outra pessoa da roda, até que se descubra de quem é a voz que todos escutaram.
2. Reconhecendo os sons
Com os alunos formando uma roda no chão ou sentados em suas carteiras, vamos reconhecer os registros gráficos dos sons e brincar com sua intensidade. Os desenhos podem ser impressos, copiados ou recortados do Guia. Os professores podem também desenhar outros sons, identificá-los e cantá-los com as crianças.
Use uma baqueta para indicar a direção da linha da partitura e explorar as diferentes velocidades marcadas. Vale ainda utilizar uma folha em branco para introduzir a noção de silêncio.
3. Música que abre e fecha
Nesta atividade, nós vamos cantar. Podemos escolher uma música conhecida pela turma, alguma que seja cantada na escola ou ainda usar uma faixa do CD “Brasil de Tuhu”. Para construir o cenário da brincadeira, vamos marcar grandes símbolos de crescendo no chão e, para isso, podemos usar fitas, fita crepe, cordas ou paus.
Faremos dois pares de linhas paralelas, um em frente ao outro. No primeiro par, vamos aproximar os extremos das linhas onde elas se iniciam e no segundo par aproximamos seus extremos onde elas terminam.
Assim teremos a representação gráfica de dois grandes sinais de crescendo e diminuendo, abrindo e fechando. Na brincadeira, convidamos as crianças a cantarem a música escolhida enquanto caminham desde o extremo esquerdo do sinal de crescendo que abre até o final do percurso, quando o segundo sinal fecha.
HORA DE ENSAIO!
Elas devem começar com uma voz bem suave, que se tornará mais forte na “barriga do sinal” e depois irá baixando, até terminar tão suave como começou. Esse jogo pode ser muito divertido se o professor mostrar sua própria voz, brincando, por exemplo, de ficar um tempo no centro dos sinais, cantando forte. Ao terminar o jogo, podemos mostrar às crianças que os sons localizados nas pontas dos reguladores são “p” (suave) e os que se produzem no meio deles são “f” (forte), letras que indicam a INTENSIDADE na música.
4. Criação sonora
Vamos entregar folhas em branco e hidrocores para cada aluno e pedir que desenhem uma representação gráfica de como imaginam um ou mais sons. O professor deve participar desse jogo mostrando primeiramente sua própria criação sonora. Depois que todas as crianças tiverem terminado seus desenhos, cada um mostrará o seu e fará soar o que desenhou com a própria voz. Veja até onde vai a criatividade da turma!
5. Que som é esse?
É hora de treinar mais nossa escuta e concentração. Para essa atividade, é preciso selecionar sons variados, que serão apresentados aos alunos: sons da natureza, da cidade, dos meios de transporte ou ainda de vozes ou instrumentos.
Os sons devem ser reproduzidos durante a brincadeira, com o auxílio de um gravador ou do telefone celular, por exemplo. As crianças devem ficar de olhos fechados e procurar reconhecer cada som que for tocado. O exercício ficará mais divertido se imagens que representam os sons forem embaralhadas entre os alunos para que as associem com o que ouvem. Podemos ainda pedir que eles falem sobre as qualidades de cada som, se são graves ou agudos, fortes ou suaves, etc.
#paracegover - ilustração de aparelho de som com duas caixas de som e de um aparelho de celular.
6. Criando nossa própria melodia
Que tal escutarmos com a turma uma música do CD “Brasil de Tuhu”? Sugerimos a bela melo-dia “Nesta Rua”. Depois de reproduzir a música, pedimos que as crianças comentem as impressões que tiverem sobre a canção. Para estimular a conversa, podemos fazer perguntas como: do que fala esta música? Quais são os instrumentos que a tocam? Como você se sente quando a escuta? Como é a rua onde cada um mora? Vocês gostariam de desenha-la enquanto escutam a música mais uma vez?
Depois de ouvir os comentários, podemos explicar às crianças que as melodias são também formas de contar histórias. Convide cada uma a escolher um assunto sobre o qual gostaria de falar e compor uma melodia para compartilhar com os demais. Os alunos também podem se dividir em grupos para fazer a composição. Alguns passos podem ajudar:
Hora de ensaio!
#paracegover - ilustração de exercícios que representa um eletrocardiograma, marcando bolinhas bem definidas e coloridas em cada pulso.
Hora de ensaio!
#paracegover - Primeira ilustração: ilustração de um caracol em preto e branco com 17 casas, onde, de dentro para fora, a quarta casa abriga o SI, a nona abriga o RÉ, na décima terceira o SOL e na décima sétima o DÓ.
#paracegover - Segunda ilustração: ilustração de p (piano) sinal de crescendo f (forte) sinal de diminuendo e novamente p (piano). Logo abaixo a clave de SOL e a clave de Fá em pauta e sem marcação.
Faça você mesmo!
Vamos criar um instrumento de sopro para tocar nossa própria melodia? Você vai precisar de 2 palitos largos de picolé, 2 elásticos (desses amarelos que usamos em escritório), uma tripa de papel do tamanho do palito de picolé e, cortados nessa mesma medida, 2 palitos de dente. Primeiro, faça um sanduíche colocando a tripa de papel entre os dois palitos de picolé. Enrole os elásticos nas duas extremidades, com os palitos de dente alojados um de cada lado. Tenha certeza de que um dos palitos vai prender o lado de cima do papel e o outro vai prender o lado de baixo. Pronto! Agora é só soprar e aspirar, imitando a forma de se tocar uma harmônica de verdade e se deliciar com os sons incríveis que podem soar a partir desse instrumento de brinquedo. Aproveite!
#paracegover - ilustração dos materiais necessários para a confecção do instrumento de sopro, sendo palitos largos de picolé, elásticos, palito de dente e um pedaço de papel, seguido de imagem ilustrando o instrumento montado.
O que aprendemos?
Ao final deste capítulo, esperamos que os alunos tenham se familiarizado com alguns aspectos da música, como:
Muitas histórias dentro de uma só
Quando assistimos a um filme ou lemos um livro, há sempre uma trama que acontece em paralelo à história principal. Já reparou? Às vezes, são contados detalhes sobre um personagem que nem parece ser tão importante, mas que, aos poucos, vamos descobrindo que tem tudo a ver com o que vai acontecer na trama.
Na música também é assim. A melodia é o personagem central, mas outros sons fazem parte do enredo. Eles são responsáveis por tornar a história mais completa, despertando em nós diferentes ideias e sensações. A maneira como esses sons são encadeados na música ganha o nome de harmonia e é sobre ela que vamos aprender mais neste capítulo.
Já vimos que a melodia é uma forma de contar histórias por meio de sons que sobem e descem e que têm diferentes durações. Também vimos que a forma como o som é produzido depende do timbre do instrumento que o toca ou da voz que o canta. No nosso primeiro Guia, falamos da harmonia como uma forma de organizar essa bagunça dos sons: é ela que coloca ordem na variedade de alturas, durações e timbres, fazendo com que cada música tenha uma cara própria. Vamos ver melhor como isso funciona?
A gente costuma pensar em “intervalo” como um espaço de tempo, mas, na música, esse nome representa outra coisa: INTERVALO é a distância entre uma nota e outra. Toda música possui uma série de intervalos, sendo que alguns são maiores e outros menores. Por exemplo: entre o “Dó” e o “Mi” existe um intervalo de 3 notas (ou de 3ª); já entre o “Dó” e o “Si” o intervalo é de 7 notas (ou de 7ª).
#paracegover - clave de SOL com notas marcadas ilustrando o explicado acima.
Quando uma música está sendo tocada ou cantada, há conjuntos de notas que ouvimos ao mesmo tempo. Esse é o elemento mais importante da harmonia, e se chama ACORDE. Os acordes são grupos de 3 ou mais notas que chegam até nós como se fossem um único som. Mas, na verdade, esse som é definido pelos INTERVALOS entre as diferentes notas que o compõem.
Os acordes são a base da música, como um “chão” que permite que ela seja alegre e animada ou nostálgica e triste. Pode até parecer complicado, mas, praticando, vamos ver que é simples! Chegou a hora de perceber como a harmonia dá forma à música e como ela se relaciona com os outros aspectos que já conhecemos. Mãos à obra? No fim do capítulo, você encontra dicas sobre como montar um ukulele para deixar a brincadeira ainda mais divertida!
Hora de ensaio!
1. Base da música
Para praticar a escuta, vamos abrir o jogo Concerto (vagão 2) do aplicativo Tuhu Musical . Preste atenção na música de fundo, que serve de base para que cada um escolha o instrumento que vai tocar. Esse fundo musical é a harmonia, enquanto o que se constrói em cima desse “chão” é a melodia.
#paracegover - Imagem do aplicativo Tuhu Musical no jogo Concerto, onde o objetivo é apresentar alguns instrumentos e a relação harmoniosa entre eles.
Hora de ensaio!
#paracegover - Imagem do aplicativo Tuhu Musical no jogo ensaio, onde o objetivo é treinar ritmo e melodia.
O jogo Ensaio (vagão 1) do aplicativo também é uma boa forma de entender a harmonia: veja como ela soa no início da música e observe que a melodia vai sendo definida pelas estrelinhas que caem sobre o teclado.
2. Salto entre notas
Vamos construir uma escala musical usando como referência o desenho do nosso primeiro Guia (página 16): podemos, por exemplo, fazer uma pauta gigante no chão com cordas, fitas ou cabos de vassoura. Assim, as notas serão marcadas como “rastros” nessa pauta.
Vamos usar a nota “Dó” como ponto de partida e começar a cantar para “visitar” as notas vizinhas. O percurso de uma nota a outra pode ser feito com movimentos corporais de baixo para cima ou com as mãos. Após completar o percurso de baixo para cima e depois de cima para baixo, vamos brincar agora passeando a partir da nota “Dó” até a 3ª nota (“Mi”) e voltando, sempre cantando. Faremos o mesmo saltando então para a 5ª nota (“Sol”) e, finalmente, tentando fazer o salto maior até a vizinha mais longe, o “Dó” agudo, a 8ª nota.
Esses saltos estimulam a compreensão dos intervalos de 3ª maior, 5ª justa e 8ª. A brincadeira pode ficar mais divertida com a ajuda de um instrumento tocando as notas entre as quais as crianças devem saltar.
3. Jogo do acorde
Vamos brincar de formar acordes ao reunir equipes de três crianças, que farão o papel de notas musicais! O jogo pode acontecer sobre a pauta gigante, no chão. Teremos as crianças “Dó”, as crianças “Mi” e as crianças “Sol” e as ajudaremos a cantar cada nota na hora certa. Vamos chamando por equipes, sempre cantando, primeiro “Dó”, depois o “Mi”, em seguida o “Sol”, para que cada um se posicione na pauta. Depois que encontrarem seu local um em relação ao outro, pediremos que cantem suas notas simultaneamente para fazer ‘aparecer’ o acorde com suas vozes.
#paracegover - Ilustração de clave de SOL com marcação de notas
#paracegover - ilustração de pódio onde crianças diversas ocupam os cinco lugares de diferentes alturas
Hora de ensaio!
4. Torre dos sons
Para essa atividade, precisaremos de quadradinhos de papel (cartolina, por exemplo) ou EVA de 3 diferentes cores, identificando cada uma delas com uma nota: “Dó”, “Mi”, “Sol” ou “Dó da 8ª acima” (“Dó” e sua oitava acima devem ser da mesma cor e marcamos uma flecha no segundo para diferenciar o tom agudo).
#paracegover - ilustração de quatro quadrados coloridos, onde em cada um dele está contido uma nota musical, na seguinte ordem: DÓ, MI, SOL e DÓ
Com os papéis, podemos brincar de montar uma torre de sons à medida em que os ouvimos na aula, cantados ou tocados por um instrumento. O professor deve, primeiro, mostrar como fazer enquanto canta os sons e os localiza na mesa ou no chão, deixando vazios os espaços entre cada nota. Por exemplo: entre o “Dó” e o “Mi”, será deixado um espaço, que deveria ser ocupado pelo “Ré”; entre o “Mi” e o “Sol”, o espaço correspondente seria o do “Fá”; já entre “Sol” e o “Dó agudo”, o espaço é o restante das notas, sendo, portanto, um intervalo maior. Essa brincadeira ajuda a estabelecer uma relação visual e espacial com o som dos intervalos.
5. Sensações Musicais
Escute com as crianças as músicas “Nesta Rua” e “Que Lindos Olhos!”, faixas do nosso CD. Comentem em grupo o que imaginaram com cada uma dessas músicas e auxiliem as crianças quando descreverem as sensações que experimentaram com as diferentes harmonias. Qual das duas músicas parece mais feliz? Qual a mais nostálgica? Podese ainda pedir aos alunos que façam um desenho que represente cada música que ouviram.
6. Em busca da harmonia
Se o professor souber tocar um instrumento harmônico como violão ou teclado, podemos facilmente perceber a harmonia. Cante uma melo-dia que seja bem conhecida por todas as crianças da turma e pergunte se alguém cantou ou escutou algo diferente do que está acostumado nessa música. Em seguida, peça para elas cantarem de novo a mesma melodia e faça um acompanhamento harmônico simples. Converse sobre a sensação que tiveram ao escutar a melodia agora, acompanhada pela harmonia. O exercício pode ser complementado em outra sessão, com uma variação da tonalidade de menor a maior ou vice-versa, trocando e experimentando com os alunos comentários sobre as sensações na escuta.
Faça você mesmo!
#paracegover - ilustração dos materiais necessários para a confecção do ukulele, sendo caixa e rolos de papelão, elásticos e tachinhas, seguido de imagem ilustrando o instrumento montado.
Praticar as tramas paralelas da música fica muito mais fácil quando temos um instrumento harmônico nas mãos. Vamos então dar algumas dicas para você criar um ukulele e poder se aventurar nesse mundo de sons! Precisaremos de uma caixa e rolos de papelão, além de elásticos e tachinhas.
Primeiro, faça um orifício redondo no centro da caixa, criando uma caixa acústica. Coloque as tachinhas dos dois lados da caixa para prender os elásticos, que funcionarão como as cordas do ukulele. Você pode usar um rolinho de papelão como cavalete para o instrumento, ou seja, aquela peça onde ficam presas as cordas; para isso, faça pequenas fissuras por onde elas passarão. Para facilitar o uso do ukulele, improvise um braço para o instrumento com um rolo de papelão mais grosso (desses que vêm no papel alumínio ou no filme plástico para cozinha).
Complete a brincadeira pintando seu ukulele ou personalizando com papéis coloridos. Cada um pode criar sua própria arte e fazer o instrumento de tamanhos e jeitos diferentes!
O que aprendemos?
Depois de percorrer esse conteúdo e as atividades propostas, esperamos que as crianças possam reconhecer:
Mapa do tesouro
Nessa longa aventura pelo mundo do Ritmo, da Melodia e da Harmonia, nosso maior tesouro é poder ouvir e praticar a música. Para levar essa missão cada vez mais longe, apresentamos aqui algumas ideias que fazem do CD “Brasil de Tuhu Vol. 1” um mapa e tanto! Com participações de grandes artistas da nossa música, o CD com o Quarteto Radamés Gnattali traz melodias alegres e ritmos brasileiros que nos convidam a dançar e perceber a diversidade dos sons.
#paracegover - foto da capa e disco do CD Brasil de Tuhu – Volume 1. Gravado pelo Quarteto Radamés Gnattali e convidados.
Chefes da equipe nessa aventura, os professores podem descobrir nas canções recursos que servirão como uma bússola para cada atividade. Mas, para isso, é preciso se abrir para a música com ouvidos e imaginação de criança!
Há faixas no CD que são perfeitas para trabalhar o ritmo e também aquelas que podem ilustrar como a harmonia enriquece a melodia. Podemos até usar a letra de uma canção para criar um desenho ou uma história. Algumas músicas sugerem movimentos corporais, com contraste de matizes e velocidades, e outras ajudam a afinar a percepção do ouvido a partir da identificação dos instrumentos que estão tocando.
Indicamos aqui alguns dos conteúdos musicais que podem ser explorados com as músicas do CD, mas sua imaginação é o limite! Vamos lá?
QUE LINDOS OLHOS!
É uma música tranquila e sua audição pode vir acompanhada de brincadeiras com texturas, tecidos ou lenços cobrindo e descobrindo os olhos dos alunos, em uma atividade contemplativa. Enquanto ouvem a música, as crianças, divididas em duplas, podem olhar fixamente nos olhos umas das outras. O professor então dá um sinal sonoro com um instrumento e elas mudam o seu foco para outro colega. Quando terminar a atividade, podemos sugerir que elas desenhem seus olhos ou os olhos de algum de seus amigos.
ATCHÉ!
No capítulo do Ritmo, indicamos essa música para trabalhar a percepção do conceito de pulso. Pode ser interessante também escutá-la junto com a turma e incentivar as crianças a falarem sobre as características da música: ela é triste ou alegre? É assutadora? Conta uma história? Que história é essa? Podemos ainda cantá-la juntos, procurando descobrir e reproduzir o seu pulso com o corpo.
SÔDADE
Podemos usar esta música para apresentar para as crianças a sonoridade do saxofone e aproveitar para falar um pouco mais sobre a família dos instrumentos de sopros e metais. Também é uma opção interessante para mostrar uma outra característica que trabalhamos neste Guia: o timbre.
VOCÊ DIZ QUE SABE TUDO
Outra boa pedida para brincar e trabalhar o conceito do pulso. Podemos andar pela sala marcando as pulsações, percutir com palmas ou com o corpo ou ainda marcar o pulso com instrumentos. Podemos também “cantar” a letra só com gestos, usando sinais e movimentos corporais.
MAPA DO TESOURO
SENHORA DONA SANCHA
Brincando com os movimentos dessa música, é possível perceber variações de velocidade. Também podemos usá-la para entender a diferença entre melodia e harmonia, dividindo a turma em grupos que representem cada uma delas com movimentos do corpo.
SONHO DE UMA CRIANÇA
É uma música interessante para abordar as mudanças de velocidade e energia. Podemos fazer uma brincadeira pedindo que as crianças imaginem que estamos flutuando no ar. Na parte mais lenta da música, é como se estivéssemos num sonho… só acordamos quando percebemos que a velocidade da música muda! Vamos deixar que as crianças inventem suas próprias histórias com a canção.
SENHORA VIÚVA
Esta música ajuda a fixar o que aprendemos nos capítulos 2 e 3 deste Guia. Podemos cantar sua letra juntos, para que as crianças possam entender melhor o papel da melodia e o da harmonia.
Dizei senhora viúva
Com quem quereis vos casar
Ou é com o filho do conde, ou é com o seu general
Não é com nenhum desses homens
Que eles não são para mim
Eu sou uma pobre viúva, triste, coitada de mim
Ai de mim! Ai de mim!
Morreu meu marido no meio das flores
Acabou-se a alegria
Acabaram-se os amores
Coberta de luto, de luto fechado
Semanas inteiras eu tenho chorado
O CASTELO
Podemos conversar ou desenhar sobre a história desta canção. Ela é ótima para apresentar a sonoridade do acordeon e falar mais sobre este instrumento e seu uso na música regional brasileira, sobretudo a Nordestina.
XÔ! PASSSARINHO
Esta é um convite para dançar! Vamos tirar o pé do chão? Podemos também criar uma história ou uma letra para ela! A música apresenta dois ambientes bem diferentes, um tranquilo e outro mais malicioso. Podemos fazer algumas perguntas sugestivas como “essa música soa sempre igual?” ou “no que ela faz você pensar?”.
A CANTIGA
Nesta música, ritmo e harmonia brincam com uma melodia simples. Podemos separar a turma em três grupos e pedir que cada um deles identifique um desses conceitos. Incentive os alunos a comentarem sobre os trechos que mais gostam e dizerem o porquê. Quais são os instrumentos que contam essa melodia? Que instrumentos têm um papel mais coadjuvante nessa história?
POMBINHA ROLINHA
Essa é uma excelente pedida para brincar de movimento, com gestos, e tocar instrumentos, enquanto os passamos de um para outro.
NESTA RUA
Mais uma música ideal para distinguir os conceitos de melodia e harmonia. Peça às crianças para falarem sobre as sensações que têm quando a escutam. Aproveite a letra para deixar que falem sobre onde vivem, sobre sua rua, e as incentive a desenhá-la. Com as crianças pequenas, podemos desenhar uma pauta gigante no chão com cordas coloridas, estabelecendo as “ruas” (espaços) para elas passearem, estimulando sua compreensão das linhas e dos espaços da pauta.
SOBRE INCLUSÃO
Fica mais legal com todo mundo junto!
As atividades deste Guia nos fazem aprender música brincando. Mas não é muito melhor quando todo mundo pode participar da brincadeira? Propomos a seguir algumas adaptações nos exercícios para que todas as crianças, inclusive as que têm alguma deficiência, possam se aventurar pelo mundo da música. Além de uma diversão, a música é também uma forma de desenvolver habilidades e perceber que cada um de nós tem um jeito especial de aprender. Convide as crianças a descobrirem isso juntas!
PARA ENVOLVER CRIANÇAS COM DIFICULDADES SENSORIAIS – VISUAL OU AUDITIVA – NAS ATIVIDADES, EXPERIMENTE ADEQUAÇÕES COMO:
PARA INCLUIR CRIANÇAS COM DIFICULDADES MOTORAS, VOCÊ PODE:
#paracegover - ilustração de criança em cadeira de rodas com um braço para cima e sorriso no rosto.
SOBRE INCLUSÃO
PARA QUE AS CRIANÇAS COM DIFICULDADE INTELECTUAL TAMBÉM PARTICIPEM:
POR TRÁS DE TUDO
Realização
Baluarte Cultura
Direção de Relacionamento: Fabiana Costa
Direção de Criação e Planejamento: Paula Brandão
Direção de Produção: Paula Sued
Gestão de Produção: Mariana Rodrigues
Coordenação de Produção Executiva: Lívia Simas
Coordenação de Produção Administrativa: Jéssica Araújo
Coordenação Pedagógica: Carla Rincón
Idealização
Baluarte Cultura
Carla Rincón
Josiane Kevorkian
Redator Leandro de Paula
Revisora Márcia Kevorkian
Ilustração Diogo Torres
Projeto Gráfico Quadratta Projetos Gráficos
Mantenedor
Ministério da Cultura, Governo Federal e Wilson Sons
Copatrocínio
FINEP
#paracegover - Contra-Capa Guia Musical – Volume 02
Lei de Incentivo à Cultura
Mantenedora: Wilson Sons
Copatrocínio:Finep e Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – Brasil Governo Federal
Realização: Baluarte Cultura – Empresa B Certificada, Quarteto Radamés Gnattali
Ministério da Cultura – Brasil Governo Federal